quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Uma idéia refrescante

Com a vantagem de que muitos cadeirantes poderão driblar o desemprego


Uma boa idéia facilita a vida de muita gente. Assim pode ser classificado o projeto de três profissionais formados em desenho industrial. Eles criaram um reboque para cadeira de rodas que contém um recipiente na forma de lata de refrigerante gigante, com isolamento térmico, capaz de armazenar gelo e aproximadamente 70 latas de refrigerante ou cerveja. Desta forma, muitos cadeirantes poderão vender bebidas e driblar um adversário temível: o desemprego.

Idealizadores do projeto inovador, Márcio Oliveira, Fani Zaborowski e Cesar Fraga pretendem divulgar a idéia de uma maneira interessante. “Estamos procurando apoio e patrocínio. Queremos produzir 24 conjuntos (cadeiras de rodas com reboques) e fazer uma ação-piloto no Forte de Copacabana”, diz Cesar Fraga.

No total, serão feitas várias ações na orla do Rio de Janeiro para divulgar o projeto durante cinco meses. “Queremos aproveitar os domingos de sol nas praias do Rio. Desta forma, faremos um projeto de inclusão social e, ao mesmo tempo, muito atrativo ao público”, afirmou Fani Zaborowski.

O projeto vai envolver 52 deficientes, sendo 48 cadeirantes, divididos em dois turnos de quatro horas, para a venda de bebidas em lata, e quatro portadores de Síndrome de Down, também divididos nos mesmos dois turnos, para a reposição das mercadorias.

As ações serão altamente interessantes para as empresas que poderão futuramente patrocinar ou apoiar o projeto. “Teremos espaço de patrocínio em muitos lugares: nas rodas, na parte de trás da cadeira, nos bonés dos vendedores, no recipiente e na haste – entre a cadeira e o recipiente –, que deixará as marcas de quatro patrocinadores visíveis a todos os banhistas (consumidores em potencial). Podemos ainda distribuir brindes de hotéis”, verbaliza Cesar Fraga.

Segundo ele, as empresas ainda terão outras vantagens. “Elas poderão não ter de desembolsar dinheiro algum. Por exemplo, um supermercado pode armazenar as cadeiras e, em troca, divulgamos sua marca. E uma empresa de bebidas dá os refrigerantes para a venda e terá a nossa propaganda.”

Porém, o projeto não se limitaria apenas à venda de bebidas em lata. De acordo com Fani Zaborowski, existem outras possibilidades, como criar um protótipo para a coleta de componentes de celular. “Além disso, a cadeira poderia ser utilizada para a venda de vários produtos dentro de estádios, em setores do Sambódromo durante o Carnaval, entre outros lugares possíveis”, afirma.

Cesar e Fani informam que o projeto deverá ser coordenado por uma cooperativa. Eles fazem questão de lembrar que alguns setores responderam de forma muito positiva à idéia, como a Prefeitura do Rio, o Exército, profissionais da área acadêmica, empresas do ramo de bebidas e telefonia e o próprio Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD). Agora, falta a aprovação dos patrocínios para que esse projeto faça diferença na inclusão dos deficientes na sociedade.

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